Na COP29, em Baku, Azerbaijão, a Atlas Agro participou de duas mesas redondas organizadas pelo Industrial Transition Accelerator (ITA), e debateu as barreiras e oportunidades para o avanço da transição industrial verde.
O ITA foi criado em dezembro de 2023, na Cúpula Mundial de Ação Climática (COP28), realizada nos Emirados Árabes Unidos, pelas Nações Unidas para Mudanças Climáticas e pela Bloomberg Philanthropies, que reúne líderes globais de todo os setores econômicos, de instituições financeiras e de governos, com o propósito de destravar investimentos em escala, a fim de alcançar a rápida implantação de soluções de descarbonização.
Recentemente, o projeto Uberaba Green Fertilizer (UGF) da Atlas Agro foi selecionado para colaborar na aceleração e implementação de soluções de descarbonização nos setores industriais pesados de forma global.
Entre as discussões na COP29, o CEO da Atlas Agro, Petter Østbø, defendeu a aceleração do mercado de commodities verdes, enfatizando a posição única dos fertilizantes verdes no processo de descarbonização, bem como sua alta demanda e tecnologia comprovada e disponível.
As mesas redondas do ITA, focadas em temas como ampliar e desenvolver projetos industriais verdes financiáveis e quebrar o impasse entre oferta e demanda, destacaram-se os desafios enfrentados pelo mercado de commodities verdes. Os debates revelaram que, embora já haja uma forte demanda por fertilizantes de baixo carbono, as barreiras persistem na percepção das instituições financeiras sobre o regime fóssil como a opção de baixo risco e, por isso, a necessidade de se ampliar as soluções de financiamento adequado para projetos de commodities verdes.
Reduzir as emissões nas chamadas indústrias de commodities de difícil descarbonização é crucial, pois, sozinho, o fertilizante nitrogenado é responsável por mais de um bilhão de toneladas de emissões de carbono anualmente. Assim, a barreira percebida de preço deve ser vista em contexto, já que, mesmo com um prêmio de custo verde, para a maioria das commodities verdes, o impacto do preço nos produtos acabados é modesto (inferior a 1%).
Neste contexto, o debate apontou que, para promover de fato a transição verde nos setores industriais, incluindo fertilizantes, é necessário suporte político para superar o risco percebido de produtos verdes. Ferramentas como precificação de carbono, ajustes de carbono de fronteira (CBAM) e mecanismos de seguro de preço apoiados pelo governo garantam segurança para instituições financeiras privadas se envolverem em investimentos de longo prazo ou fornecerem financiamento de dívida.
A participação de Østbø nessas conversas trouxe ainda o compromisso da Atlas Agro em liderar a transição para fertilizantes verdes. Nossos projetos, incluindo Pacific Green Fertilizer (PGF), nos EUA, e Uberaba Green Fertilizer (UGF), no Brasil, são parte de uma visão mais ampla para descarbonizar a agricultura e reduzir as emissões em um dos setores mais críticos para a segurança alimentar global para um futuro sustentável.
O ITA, apoiado por personalidades como Lord Adair Turner, é essencial neste processo. A transição energética a partir de fontes renováveis está em pleno desenvolvimento e conta com apoio do Energy Transition Accelerator (ETA), que desempenha um papel fundamental na aceleração para fontes limpas e renováveis.
As lições compartilhadas da energia renovável agora estão sendo levadas para a transição industrial por grupos como o ITA, demonstrando como estruturas políticas estratégicas de longo prazo podem estimular a demanda, reduzir custos e criar escala. Assim como a transição energética, o mercado de commodities verdes deve crescer rapidamente, se quisermos atingir as metas urgentes de emissões. Os avanços com a política do setor de energia renovável e a evolução do mercado são diretamente aplicáveis ao universo das commodities verdes, particularmente fertilizantes.
À medida que os projetos industriais verdes saem dos anúncios para as decisões finais de investimentos, a colaboração entre líderes governamentais, instituições financeiras e players do setor como a Atlas Agro é fundamental para remover as barreiras e acelerar a prática generalizada de processos sustentáveis. Participar desta organização e conhecer outros líderes que trabalham nesta transição intersetorial é fundamental para manter a velocidade necessária na direção do desenvolvimento sustentável e descarbonização das atividades econômicas.